Foto: Andrea Ghez/UCLA/Divulgação
MATHEUS PESSEL
Cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Espanha anunciaram nesta
quinta-feira (04-10-2012) a descoberta de uma estrela que orbita o buraco negro no centro da Via Láctea a uma distância recorde. Segundo os pesquisadores, o objeto demora "apenas" 11,5 anos para dar uma volta ao redor do buraco negro - para se ter ideia, é apenas a segunda estrela conhecida com uma órbita menor que 20 anos - a maioria leva mais de seis décadas. O estudo foi divulgado na revista especializada Science.
Os cientistas nomearam a nova estrela de S0-102. Antes dela, a estrela de menor órbita conhecida (16 anos) era a S0-2. Esses dois objetos podem ajudar agora os pesquisadores a testar uma das mais bem sucedidas teorias da ciência.
"O teste da Teoria Geral da Relatividade de (Albert) Einstein é o próximo objetivo", afirma o artigo. Segundo os pesquisadores, as previsões do físico alemão passaram nos experimentos realizados no Sistema Solar, mas nunca foram testadas em um objeto de massa tão grande quanto um buraco negro supermassivo.
"O potencial gravitacional da região onde S0-102 e S0-2 estão é duas ordens de magnitude maior que os testes de gravidade anteriores, como os testes no Sistema Solar ou do pulsar binário de Hulse-Taylor", diz ao Terra Andrea Ghez, cientista da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e autora do estudo. Ela explica que dois experimentos podem ser realizados.
"Estes dois testes poderão ser feitos com as duas estrelas de curto período ao redor do buraco negro central: nós poderemos testar o desvio gravitacional para o vermelho impresso na luz emitida por uma estrela que está dentro da região do buraco negro. O desvio para o vermelho testa o princípio da equivalência de Einstein, segundo o qual, a massa gravitacional e inercial são iguais", diz a pesquisadora.
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"O redshift (desvio para o vermelho) gravitacional também é uma consequência direta deste princípio da equivalência. Como o campo gravitacional nas vizinhanças do buraco negro é muito intenso, as observações dos corpos presentes nessas regiões podem fornecer informações sobre o fenômeno em um regime que ainda não foi testado. Essa é a grande importância desse estudo", explica Gustavo Rojas, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e representante no Brasil do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).
No outro teste, os pesquisadores pretendem estudar o momento de maior aproximação dessas estrelas ao buraco negro (periapse), "o que leva a um desvio da órbita para uma elipse perfeita. Isso vai testar a forma quantitativa da teoria, isto é, as equações de Einstein."
Contudo, esses testes não devem ocorrer tão cedo. Segundo a pesquisadora, o primeiro deles deve acontecer somente em 2018, quando S0-2 chega ao ponto mais próximo do buraco negro. Para o outro, contudo, ainda não há tecnologia suficiente. "Nós teremos que aguardar a próxima geração de telescópios ópticos, como o Telescópio de Trinta Metros (previsto para ser concluído na próxima década), para conseguir a precisão necessária."
Contudo, mesmo que demore alguns anos, os pesquisadores já se mostram excitados com a possibilidade. "Ambos vão explorar regiões ainda não testadas da Teoria Geral da Relatividade", afirma Andrea.
Fonte: Terra e UCLA/Divulgação
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