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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

EVENTOS ASTRONÔMICOS PREVISTOS PARA 2016

 2016... Uma "Agenda" no Espaço!


Caro leitor do Sopro Solar, um novo ano está prestes a chegar. Momento oportuno para divulgar a "agenda" de alguns eventos astronômicos previstos para esse novo ano.  

Para levar a nossa atenção para o céu, os astrônomos do History (e Newton, é claro) utilizaram “apenas” matemática, com objetivo de organizar os momentos exatos para montar este calendário. 
Além da movimentação dos astros, este ano será especial de uma forma diferente, já que a sonda Juno chegará, finalmente, a Júpiter, após cinco anos viajando pelo espaço.

Nesse 2015, conseguimos presenciar uma série de eventos proporcionados pelos astros nesse ano que se vai. Entre eles a gigante Lua Vermelha, foi provavelmente um dos mais marcantes fenômenos que se deram no ano que se finda. Mas antes de dizermos adeus a 2015, agora é vez de marcar na agenda de 2016, como os astros nos surpreenderão.


Prepare o Calendário:


JANEIRO
Nos dias 3 e 4 uma chuva de meteoros de Quadrantids está prevista para ocorrer. A visualização só será possível de um local bastante escuro e depois da meia-noite. O ápice levará à queda de 40 meteoros por segundo.

MARÇO
O mês será premiado, já que Júpiter estará mais próximo da Terra e sua superfície completamente iluminada pelo Sol. Será possível visualizá-lo e fotografá-lo no dia 8. No dia seguinte (9),
habitantes da Indonésia e de ilhas do Pacífico poderão avistar o eclipse solar total, enquanto no norte da Austrália e no sudeste da Ásia o eclipse parcial também poderá ser viso.
Ainda no mesmo mês, a mesma região presenciará um eclipse lunar no dia 23.


ABRIL
Mais uma chuva de meteoros deve acontecer no ano, desta vez entre os dias 21 e 22 do mês quatro. No entanto, a lua cheia talvez possa atrapalhar a visualização. Ainda assim, serão as
Lirídeas (da constelação de Lira), as mais famosas e antigas já registradas.

MAIO
Uma rara movimentação de Mercúrio acontecerá no dia 9. O chamado ‘Trânsito de Mercúrio’ só acontece 13 ou 14 vezes a cada cem anos e pode ser visto com um telescópio simples.
No dia 22 é vez de ver Marte mais de perto. O planeta terá sua maior aproximação da Terra e será completamente iluminado pelo sol.

JUNHO
Dia 3 é vez de Saturno aproximar-se de nós.
Já a sonda Juno, uma das mais esperadas do ano deve chegar a Júpiter no dia 4, onde permanecerá até outubro de 2017 em órbita.


AGOSTO
A maior chuva de meteoros do ano acontecerá neste mês. O pico será entre os dias 12 e 14 de agosto em que a Perseidas deve liberar cerca de 60 meteoros por hora.
Um local longe das luzes da cidade é sempre o ideal para enxergar. A chuva poderá ser vista com olhares voltados para o nordeste.

SETEMBRO
Mais um eclipse solar, desta vez será possível ser visto apenas da África Central e alguns locais do Oceano Índico no dia 1. Além disso, se você avistar um ponto azulado no céu,
é possível que seja Netuno próximo à Terra.

OUTUBRO
Orionídeas: A chuva de meteoros terá o auge no dia 21, apesar de ser bastante irregular. Uma melhor visualização pode ser obtida a partir do Leste, sempre após a meia noite.

NOVEMBRO
Com picos cíclicos, a chuva de Leonídeo deve atingir o céu entre os dias 17 e 18. Para enchergar, o mais fácil é buscar a constelação de LEÃO.


DEZEMBRO
As Geminídeas acontecerão entre os dias 13 e 14, porém muito possivelmente a visualização será prejudicada, mais uma vez por conta de uma lua cheia que deve esconder a luz de muitos
dos meteoros fracos em brilho.

FELIZ ...
 
 
 
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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

FIM DE ANO... VEJA 6 AMEAÇAS REAIS DO FIM DO MUNDO!

POR MAIS QUE ESTEJAM OU PAREÇAM DISTANTES, SÃO AMEAÇAS REAIS...



A vida na Terra nem sempre existiu. E com certeza não vai existir para sempre. A saga humana pelo planeta , que iniciou-se a menos de 3 milhões de anos - nada perto dos 4,5 bilhões de anos do planeta -, não está livre de ameaças. sem contar sua capacidade de autodestruição por meio de guerras e uso abusivo de recursos naturais, o homem também pode ver sua extinsão chegar por meios que não pode controlar. de destinos do qual não pode escapar, como a morte do Sol, a eventos difícies de prever, como um choque com um meteoro, veja a seguir seis maneiras vindas do espaço que podem pôr fim à vida na Terra.

O Sol vai “fritar” a Terra

 
Difícil acreditar, mas, um dia, o Sol vai morrer. A má notícia é que a vida na Terra como conhecemos hoje fatalmente vai acabar. Ou seja, a menos que a humanidade evolua de alguma maneira inimaginável hoje ou que haja uma migração para um planeta semelhante, os dias estão contados para nossa espécie. A boa notícia é que essa conta ainda reserva um tempo considerável: o colapso só se iniciará em 1,5 bilhão de anos e vai demorar cerca de 7,5 bilhões de anos para a “morte” do Astro-Rei. “O Sol já vem transformando o hidrogênio que está no seu núcleo em hélio há 4,5 bilhões de anos. Este hidrogênio deve terminar em cerca de 1,5 bilhão de anos, e quando isso acontecer, o núcleo do Sol entrará em colapso, aumentando de temperatura e fazendo as camadas exteriores se expandirem por um fator de cerca de 100 vezes (o tamanho atual). Nesta época ele engolirá Mercúrio e evaporará os oceanos da Terra. A vida no nosso planeta terminará”, explica o professor do departamento de astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Kepler de Souza Oliveira Filho. Depois de se expandir, em um processo que pode até “engolir” a Terra – ou mandá-la para órbita mais afastada -, o Sol vai queimar suas reservas de hélio e vai perder massa e tamanho, até se resfriar e se reduzir ao que é chamado de Anã Branca – daqui a 7,5 bilhões de anos. O que houver sobrado da Terra (se houver) em nada lembrará o que vemos hoje – o que terá pouca importância, já que a humanidade terá se extinguido muito antes.  
Foto: Reprodução
 
 
 

Choque de meteoro: possibilidade real

 
Quem já assistiu a Armageddon, um clássico moderno dos filmes de catástrofe, já deve ter se perguntado se existe mesmo a possibilidade de um meteoro atingir a Terra e acabar com a vida por aqui. E a resposta para essa pergunta é sim. "Existe a possibilidade de um meteoroide (corpo pequeno fora da Terra) ou asteroide (corpo maior) se chocar com a Terra a qualquer hora", afirma o professor de astronomia Kepler Oliveira Filho. A maior prova de que esse perigo existe é que um evento parecido já aconteceu na historia de nosso planeta: os dinossauros foram extintos por razões evolucionárias, mas sim devido ao impacto de um asteroide com a Terra, que fez estrago comparável ao de bilhões de bombas atômicas. Objetos menores já atingiram a Terra recentemente, como o caso que aconteceu na Sibéria em 1908 – um cometa, ou possivelmente um asteroide, caiu na região e gerou destruição em uma área de 2 mil km2. A Nasa afirma que pode avisar com antecedência quando uma dessas ameaças estiver no nosso caminho, mas Oliveira Filho tem dúvidas. "Nem a Nasa, nem qualquer outra instituição conhece todos os meteoroides e asteroides que orbitam o Sistema Solar e, portanto, não podem saber com antecedência grande se um vai colidir com a Terra. Somente os muito grandes já são conhecidos, e em alguns anos começará um mapeamento de todos os maiores que 100 m. Se um for detectado com muita antecedência, será possível enviar uma nave para tentar deslocar sua órbita um pouco. Com antecedência, um pequeno desvio é suficiente", diz.
Foto: Reprodução
 

Radiação fatal: a ameaça dos raios gama

 
Estrelas maiores costumam morrer com uma gigantesca explosão conhecida como supernova, que gera um grande e rápido movimento de partículas em grandes campos magnéticos. A colisão dessas partículas com outras matérias cria os raios gama - a mais enérgica forma da luz conhecida. Como existem estrelas que podem dar origem aos raios gama na nossa região da galáxia, nada impede que essa poderosíssima radiação atinja a Terra e extermine a vida por aqui. “É possível que esses raios atinjam a Terra e não há nada a fazer”, diz o professor de astronomia Kepler Oliveira Filho. Mas não há grande motivo para medo. O professor explica que não conhecemos nenhuma estrela que tenha o eixo apontado para nós e que esteja perto o suficiente para que isto aconteça nas próximas centenas de anos.
Foto: Reprodução
 
 
 

Um buraco negro pode engolir nosso planeta?

 
Em 2010, o telescópio Hubble mostrou que o buraco negro supermassivo SMBH está deslocado do centro de sua galáxia, conhecida como M87. Foi o que bastou para muita gente acreditar que ele pode chegar até nós – e engolir a Terra. Buracos negros são regiões do espaço que possuem um campo gravitacional tão forte que atraem tudo o que está ao redor, até mesmo a luz – é como se uma estrela se tornasse tão grande que não suportasse o próprio peso e sua massa entrasse em colapso, se concentrando em um pequeno ponto. Apesar de os buracos negros possivelmente terem capacidade de deslocamento dentro do universo, o professor de Kepler Oliveira Filho não acredita que isso possa ameaçar a Terra. “Os buracos negros têm atração gravitacional e, portanto, desviam as órbitas de asteróides e planetas. E também podem ser detectados bem distantes", diz. Os aficionados por conspirações de plantão discordam...
Foto: Reprodução
 
 

Poeira do Espaço bloqueia a luz do Sol

 
O Cinturão de Kuiper é uma área que se estende desde a órbita de Netuno, a 30 UA do Sol até 50 UA do Sol – cada Unidade Astrônômica (UA), equivale à distância média entre a Terra e o Sol, 150 milhões de quilômetros. Ele consiste de pequenos objetos remanescentes da formação do sistema solar. Enquanto cinturões de asteróides são compostos primordialmente de rochas e metais, o cinturão de Kuiper é formado em sua maioria por elementos voláteis congelados, como metano, amonia e água. Esses corpos celestes podem colidir entre si, e um objeto deslocado poderia vir na nossa direção. O professor de astronomia Oliveira Filho explica que isso levaria algumas centenas de anos para acontecer (se acontecesse), então teríamos tempo suficiente para fazer alguma coisa. Outro problema, porém, é que especula-se esses objetos e a poeira causada por colisões entre eles poderiam ser atraídos pelo Sol e entrariam em sua órbita, bloqueando a luz e o calor de outros planetas. Mas o professor é taxativo quanto a essa possibilidade: "Não é verdade".
Foto: Reprodução
 
 

Explosão em cadeia com energia incomensurável

 
Quer tirar um cientista do sério? Diga para ele que o LHC, o Grande Colisor de Hádrons, é uma "máquina do fim do mundo". Até mesmo Brian Cox, possivelmente o físico mais popular do Reino Unido na atualidade, apresentador de séries sobre ciência no canal público BBC, perdeu a paciência e saiu soltando palavrões sobre quem diz que os experimentos com as micropartículas são uma ameaça. Para os leigos aterrorizados com a possibilidade de um colapso do vácuo quântico, em que uma terrível reação em cadeia liberaria uma quantidade de energia incomensurável, capaz de destruir não só a Terra como até mesmo o Sistema Solar, o professor Kepler Oliveira coloca os fatos sob perspectiva. "A energia das partículas que estamos estudando é desprezível comparada com qualquer colisão de dois automóveis que vemos todos os dias", diz.
Foto: Reprodução
 
Mas, como ainda não sabemos se essas ameaças estão perto de acontecerem...
O blog Sopro Solar, aproveita a oportunidade para deixar uma imagem - mensagem para você leitor das nossas postagens:
 
 
 
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DE VOLTA PARA O FUTURO - O DIA 21 DE OUTUBRO 2015 - ESTÁ CHEGANDO!

Hoje vamos falar um pouco de ficção?


Estamos próximos de uma data emblemática; o dia 21 de Outubro de 2015
Daqui a exatamente 2 dias, o personagem de Michael J. Fox em "De Volta Para o Futuro 2" chegará ao futuro imaginado pelo filme, e nós temos 11 invenções que aparecem nesse futuro do filme, mas 5  infelizmente ainda não existem no nosso tempo.



Em De Volta para o Futuro II, futuro imaginado acontece em 21 de outubro de 2015(às 16h29min).

A partir de hoje, nós estamos todos em contagem regressiva. Faltam exatos 3 dias para que o Dr. Emmett Brown, o jovem Marty McFly e a sua namorada Jennifer Parker desembarquem em Hill Valley, na Califórnia, Estados Unidos, depois de uma viagem pelo tempo em um Delorean voador.


É exatamente na quarta-feira, 21 de outubro de 2015, às 16h29min, que o trio chega ao futuro imaginado em De Volta para o Futuro II, filme clássico de 1989 que faz parte da trilogia que conta
as desventuras de Marty, Dr. Brown e da cidadezinha de Hill Valley através do tempo.
Apesar de o futuro imaginado pelo filme ter previsto algumas tecnologias que já são comuns hoje no nosso dia a dia – TVs de tela plana, videochamadas, Cinema 3 D, Controle de Aparelhos por Comandos por Voz, gadgets de vestir e até mesmo Câmeras acopladas em drones – nós estamos muito atrasados em outras áreas(Links para os vídeos estão abaixo):

1. Carros voadores - Essa aqui está mais próxima.
https://youtu.be/KSpvw5PbMj8

2. Hoverboard
https://youtu.be/z1ZdMOMUgXE

3. Nike Air
https://youtu.be/liI1E_ZZV5w

4. Roupa com secador
https://youtu.be/VZ73TLa_aL4

5. Pizza desidratada
https://youtu.be/s9U2ekOVL5Q


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sexta-feira, 8 de maio de 2015

E LÁ SE FOI A PROGRESS...

Equipamento se desintegrou completamente sobre o Oceano Pacífico. 








Nave russa Progress se desintegra ao reentrar na atmosfera da Terra....

Ainda não há informação sobre fragmentos.

A aeronave espacial não tripulada Progress se desintegrou completamente ao reentrar na atmosfera da Terra sobre o Oceano Pacífico na madrugada de sexta-feira (8), às 5h04, horário de Moscou – noite de quinta (7), às 22h04, horário de Brasília – segundo agências.


A queda ocorreu uma semana depois que os operadores russos perderam o controle da aeronave.

"A nave espacial Progress M-27M deixou de existir às 5h04 de Moscou em 8 de maio de 2015. Sua entrada na atmosfera foi realizada sobre o Oceano Pacífico central", disse a agência espacial russa Roscosmos em um comunicado.

Agora uma curiosidade sobre esses bólidos que rondam as nossas cabeças.

Skylab: Seguros de vida foram vendidos quando da
queda do laboratório espacial americano.
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quinta-feira, 7 de maio de 2015

NAVE RUSSA PROGRESS! O QUE DEU ERRADO?


Erros Irão Provocar a "Queda" da Nave Russa...

Existe risco da Progress cair no Brasil?


Sim, existe, afinal a Progress sobrevoa o país de vez em quando, mas as chances são muito pequenas! Olha só, se a gente considerar os limites em latitude dos extremos brasileiros ao norte e ao sul, as chances da Progress cair em terra firme (em qualquer lugar do planeta compreendido nesses limites) não passam de 40%. Em outras palavras, mais de 60% de chances dela cair no oceano, ou sobre a Antártica.


Dia 28 de abril o módulo de carga russo Progress foi lançado com a missão de entregar aproximadamente 2 toneladas de suprimentos e equipamentos aos astronautas da ISS e o módulo em si tem quase 7 toneladas de massa. A missão previa um acoplamento rápido, depois de umas 4 órbitas, o módulo seria guiado até se prender à ISS no dia primeiro de maio. Depois que sua carga fosse transferida, iria permanecer conectada por uns 6 meses sendo usada como depósito de lixo descartado pelos astronautas e depois iria ser lançado de volta à Terra. Guiada pelos técnicos da agência espacial russa Roskosmos, a Progress iria se desintegrar sobre o Oceano Pacífico pondo fim a uma missão simples de reabastecimento.

Mas a coisa não foi bem assim.

Um segundo e meio antes de os foguetes do terceiro estágio se desligarem, o controle da missão perdeu a telemetria tanto do módulo, quanto do próprio foguete, um Soyuz 2-1A. Radares em Terra que acompanham os objetos em órbita mostraram que o módulo tinha atingido uma órbita 30 km mais alta que o esperado, num sinal que os foguetes da Soyuz funcionaram mais do que deviam. 


Esses radares também detectaram a presença de pelo menos 40 objetos espalhados no entorno do módulo, sugerindo que a Soyuz acabou atropelando o módulo assim que os dois se desprenderam. 

Logo em seguida ao desacoplamento do módulo, a telemetria mostrou que os dois painéis solares se abriram normalmente, mas não foi possível confirmar que as antenas de navegação conseguiram se abrir, nem se o sistema de propulsão continuava pressurizado. Algum tempo depois, a telemetria confirmou que o sistema de propulsão tinha sido seriamente danificado, pois perdera pressão e para aterrorizar todos na missão, a o download das imagens da câmera de navegação mostrou que a Progress estava girando em um dos seus eixos de navegação a uma taxa de uma volta a cada 1,5 segundos.
Até aí as notícias eram ruins, sabia-se que a missão estava perdida, pois não seria possível acoplar a Progress na ISS. Só que elas foram ficando piores. Com esse giro descontrolado, os painéis não conseguiam ficar apontados para o Sol,  fazendo com que o módulo não fosse abastecido pela energia solar. À mercê das suas baterias, a Progress aguentou ainda um dia, enquanto os técnicos tentavam a todo custo estabelecer contato com o módulo. 


Na verdade contato até que tinha, mas muito rápido, sem que fosse possível transmitir nenhum comando.

Nesse ponto da história, com a missão perdida, os técnicos queriam um contato mais estável para tentar controlar os movimentos da Progress. Se ela estava girando em um só eixo, essa tarefa seria fácil, ao menos na teoria. Mas qual o interesse em se tomar o controle do módulo se a missão estava perdida? Justamente isso: controlar o módulo.

Quando se perde uma missão espacial, o protocolo é retirar a nave de órbita ou colocá-la em outra órbita que não atrapalhe ninguém. O melhor é se livrar do pepino espacial, forçando a nave condenada a reentrar na atmosfera, numa atitude controlada para “mirar” em uma região da Terra que não ofereça perigo a ninguém. Só que 24 horas depois de chegar ao espaço, as baterias secaram e se a comunicação era intermitente, agora morrera definitivamente. Resumindo: existe um pepino espacial de 7 toneladas sobre nossas cabeças sem nenhum controle.


Nessas condições, é apenas uma questão de tempo para que a Progress entre novamente na atmosfera. O que acontece é que a órbita da Progress (e mesmo da ISS) não é tão alta, em torno dos 200 km. Nessa altura, apesar de rarefeita, a atmosfera exerce um arrasto aerodinâmico considerável que vai freando os objetos em suas órbitas. No caso da ISS, volta e meia sua órbita precisa ser corrigida por meio de disparos de foguetes para que ela suba mais um pouco. Quem não tem essa possibilidade, como a condenada Progress, vai caindo aos poucos. Quanto mais ela é freada, mais ela cai em uma região em que a atmosfera é mais densa. Mais densa, a atmosfera oferece mais resistência freando mais, acelerando a queda e assim vai.

Mais ou menos a 100 km de altura, a resistência do ar já começa a ficar tão grande que a nave começa a se despedaçar e, mais importante, o atrito começa a esquentar o módulo. Viajando a quase 28 mil km/h, rapidamente o módulo atinge temperaturas da ordem de milhares de graus, de modo que além de se despedaçar, começa a derreter. Esse é o processo usado para eliminar o lixo espacial que, de maneira controlada, é bastante seguro.

Só que a Progress não tem controle, não é possível direcioná-la para que sua desintegração final ocorra sobre o oceano. Isso porque nem todos as componentes da nave se desintegram nesse processo. Por exemplo, os motores e o sistema de exaustão dos foguetes são feitos para resistirem às altas temperaturas, senão não funcionariam, o que faz com que essas peças acabem sobrevivendo à reentrada. Mas e aí?


É possível saber onde a Progress vai cair?



Sim, mas apenas algumas órbitas antes de acontecer tipo 3-4 horas antes apenas. Isso porque os cálculos dependem de fatores que podem variar muito, como a altura e a densidade da atmosfera. Esses dois parâmetros dependem fortemente da atividade solar: em épocas de alta atividade solar a atmosfera se expande e aumenta o arrasto em órbitas mais altas, implicando em um decaimento mais rápido. O máximo que dá para fazer é usar modelos matemáticos que se adaptam às condições atuais do ciclo solar. Esses modelos apontam que a Progress deve entrar entre os dias 7 e 9 de maio, com maior possibilidade disso acontecer na madrugada de 7 para 8 de maio, mais ou menos às 3h30 da manhã.


Vai dar para ver seus destroços?



Vai, se tiver alguém para ver é claro. Há vários casos de registros de reentrada de lixo espacial, mesmo de dia, mas se a Progress cair sobre o oceano ou em algum lugar remoto do planeta, ninguém vai estar lá para ver. Lembrando que algumas partes devem sobreviver ao atrito com a atmosfera chegando ao solo, ou caindo no mar.

Já vivemos uma situação parecida no final de 2011. 


A sonda russa Phobos-Grunt foi lançada no dia 8 de novembro desse ano e após estabelecer uma órbita baixa na Terra, deveria disparar seus foguetes e rumar a Marte. Ocorre que a segunda parte nunca aconteceu e a Phobos sofreu do mesmo arrasto que Progress está experimentando agora.

Finalmente, dia 15 de janeiro de 2012 a sonda reentrou na atmosfera indo parar no sul do Oceano Pacífico com 20 ou 30 fragmentos, totalizando 200 kg de destroços, caindo no mar. Autoridades russas disseram na época que um fragmento teria caído em Goiás, mas nem a FAB, nem ninguém relatou qualquer coisa.


Moral da história: desde que a exploração espacial começou, ninguém nunca foi atingido por um fragmento de lixo espacial. Vamos acompanhar os acontecimentos, mas nada de grave deve acontecer. Mas não é tão tranquilo assim, pelo menos nessa opinião a seguir:
Segundo disse à agência AFP um funcionário envolvido na operação da nave que não quis se identificar, "a queda acontecerá em condições incontroláveis".

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

AGORA QUE O FILME INTERSTELLAR JÁ NÃO É MAIS NOVIDADE...


VEJA ALGUNS PONTOS E A ANÁLISE
CIENTÍFICA DA TRAMA.


Mas não custa avisar, para quem ainda não viu o filme esse Post contém SPOILERS.

Após ver a Terra consumindo boa parte de suas reservas naturais, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.

1. A ida à Lua foi uma fraude?
Chegada do homem à Lua, em 1969

Essa é uma das coisas mais engraçadas do filme. Christopher Nolan pega a paranoia de que as missões Apollo, que levaram o homem à Lua em 1969, foram fraudadas (a propósito, não foram!) e a eleva à enésima potência. Ele imagina um futuro tão assolado pela crise da falta de alimentos que pega muito mal dizer que se gastou montanhas de dinheiro em programa espacial. Por essa razão, tornou-se conveniente para o governo americano abraçar as teorias da conspiração de que o programa Apollo foi uma farsa, engendrada brilhantemente só para motivar os soviéticos a gastarem fortunas em engenhocas inúteis.
No cenário apocalíptico futuro do filme, a Nasa teve de se tornar uma agência clandestina, para que a população não se rebelasse contra o governo. E, por incrível que pareça, não é um grande disparate. É apenas uma extrapolação do que vemos hoje. Atualmente, há muitas pessoas que defendem a ideia de que é imoral gastar com exploração espacial enquanto ainda há gente passando fome na Terra.
Esse argumento não faz o menor sentido, uma vez que os grandes avanços tecnológicos que melhoram a vida das pessoas muitas vezes são obtidos para atender outros objetivos, aparentemente de pouco fundo prático. O que seria de nós hoje sem os computadores portáteis? Entretanto, não houve grande motivação para o desenvolvimento da miniaturização dos computadores até que tenha sido preciso instalar um a bordo de uma espaçonave Apollo, justamente para realizar os pousos lunares.
O filme tenta enfatizar esse ângulo, muitas vezes ignorado pelo público em geral, ao realçar um futuro potencial em que a população da Terra só pode realmente ser salva pelo programa espacial.

2. Um desastre ambiental pode tornar a Terra inabitável?

A tempestade de poeira mostrada em "Interestellar"
O que se pode dizer é que isso já aconteceu antes na história da Terra. Cerca de 2,3 bilhões de anos atrás, houve um grande e súbito aumento da presença de oxigênio na atmosfera. Naquela época, o planeta era habitado exclusivamente por bactérias, e, para a imensa maioria delas, o oxigênio era tóxico. Resultado: uma grande matança de espécies.
Esse aumento do oxigênio foi ocasionado por criaturas que o produziam por meio da fotossíntese, e graças a elas os seres humanos puderam evoluir. Contudo, nós desenvolvemos tecnologias poderosas e também começamos a alterar a atmosfera terrestre. Há hoje mais gás carbônico atmosférico, injetado pela queima de combustíveis fósseis, do que houve em muitos milhares de anos.
Um consenso entre os cientistas é o de que as transformações produzidas pelo homem são graves, mas dificilmente tornariam o planeta inabitável. Outro consenso é o de que podemos enfrentar efeitos imprevisíveis ao alterar de forma radical um sistema tão complexo.
Em "Interestelar", crescentes tempestades de poeira ameaçam destruir todas as plantações do planeta, levando a humanidade à morte por inanição. É um cenário pessimista? Sem dúvida. Mas não é impensável. Prova disso é que muitas das entrevistas exibidas no começo do filme são reais, extraídas de um documentário, e dizem respeito a fenômenos atmosféricos que já estão acontecendo agora na Terra.

3. Podem existir buracos de minhoca?

Esta foi a saída encontrada por Nolan para permitir que, com tecnologia que não fosse radicalmente diferente da atual, nossos astronautas fossem capazes de visitar sistemas planetários em outra galáxia.
Os buracos de minhoca (ou de verme, dependendo da tradução) são uma espécie de túnel que liga duas partes distantes do espaço (e possivelmente do tempo também). O filme se dá ao trabalho de explicar em linhas gerais do que se trata, e Christopher Nolan fez parceria com um dos maiores especialistas no assunto, o físico americano Kip Thorne, para dar tratamento realista ao tema.
Em tese, segundo a relatividade geral de Albert Einstein, é possível haver essas passagens que ligam pontos distantes do espaço-tempo. Mas não é tão simples assim. Para manter a passagem aberta, estima-se a necessidade da existência de um tipo exótico de matéria, que tenha densidade de energia negativa. Ninguém sabe se isso pode sequer existir na realidade. Sabemos que, em pequena escala, é possível roubar energia do próprio vácuo, criando ali um ambiente com uma módica quantidade de energia negativa. Contudo, as quantidades exigidas para manter um buraco de minhoca aberto e com uma passagem suficiente para que ele seja atravessável por uma espaçonave em muito excedem esse efeito elementar da mecânica quântica.
Poderia uma civilização ultratecnológica do futuro saber de algo que não sabemos e permitir a criação desses túneis espaciais? Essa é a premissa de Nolan, que nem chega a ser nova. O mesmo artefato foi usado por Carl Sagan (depois de consultar o mesmíssimo Kip Thorne) em seu romance "Contato", depois adaptado para o cinema por Robert Zemeckis.

4. Um buraco negro é capaz de distorcer o tempo?

Em uma palavra: sim. Um buraco negro é uma das mais bizarras criaturas do zoológico cósmico. Ele é criado quando uma estrela de alta massa implode e concentra toda a sua massa num único ponto --a singularidade. Ao redor dela, surge uma região do espaço onde a gravidade é tão intensa que nada pode escapar dela, nem mesmo a luz. Por isso o objeto ganhou o sugestivo nome de buraco negro.
A teoria da relatividade geral de Einstein já mostrou que tempo e espaço estão intimamente ligados com a gravidade. O que experimentamos como a força gravitacional na verdade é uma curvatura que distorce o espaço e o tempo! Sob campos gravitacionais relativamente fracos, como os da Terra e do Sol, esse efeito é muito pequeno. Mas, nas redondezas de um buraco negro, ele se torna muito significativo.
O único problema --e um que Nolan procura evitar em seu filme-- é que as redondezas de um buraco negro tendem a destroçar você antes que possa experimentar todas essas coisas. O que nos leva aos planetas que ele apresenta no filme.

5. Os planetas de "Insterestellar" podem existir?

Os astronautas da espaçonave Endurance visitam três mundos ao longo do filme, todos orbitando em torno de um buraco negro. Até aí, sem grandes problemas. Planetas podem perfeitamente orbitar de forma estável em torno desses objetos. Mas a órbita precisa ser suficientemente distante.
O mais próximo dos planetas está quase na borda do buraco negro. Tudo que conhecemos sugere que essa órbita seria instável, e ele seria destruído pela gravidade colossal da singularidade. Ainda que não fosse, ele teria sua rotação travada, com a mesma face o tempo todo voltada para o buraco negro. Isso torna impossíveis aquelas ondas oceânicas gigantes que vemos no filme.
O segundo planeta é um mundo gélido, com nuvens sólidas congeladas flutuando pela atmosfera. Segundo o astrônomo americano Phil Plait, esse cenário, embora espetaculoso, não é realista. Não haveria como as nuvens sólidas se sustentarem no ar daquela forma.

Por fim, o terceiro planeta parece ser o mais simpático à vida como a conhecemos. Nada de improvável ali, exceto uma coisa: o ambiente ao redor de um buraco negro não é o ideal para você criar seus filhos. Mesmo numa órbita distante, rajadas poderosas de radiação seriam disparadas da borda do buraco, conforme ele despedaça matéria e a engole. Isso seria suficiente para esterilizar os mundos ao seu redor.
Resumo da ópera: sem o buraco negro, o filme perderia o charme. Com ele, perde a credibilidade.


Mas quase ninguém vai ao cinema para ver documentários de ciência, e Nolan sabe disso.

6. Pode-se voltar de dentro de um buraco negro?

Por tudo que conhecemos da física, a entrada num buraco negro é um caminho sem volta. Ainda que você não seja despedaçado antes de cair lá, ao cruzar o chamado horizonte dos eventos, você está numa região da qual nem mesmo a coisa mais rápida do mundo --a luz-- consegue escapar. Nós, como somos bem mais lentos, não teríamos chance.
Contudo, Nolan aqui aposta na física que ainda não conhecemos. A verdade é que ainda tem muito chão pela frente até que os cientistas sejam realmente capazes de entender o que acontece no interior de um buraco negro. Lá é preciso combinar duas teorias que no geral não se bicam: a relatividade geral, que fala da gravidade, e a mecânica quântica, que fala do comportamento de partículas. Faz algum tempo que os cientistas tentam desenvolver uma teoria de gravidade quântica, que una as duas pontas, mas ainda não chegamos lá.
Sem ela, a ficção científica tem liberdade para especular sobre o que acontece no interior de um buraco negro e até mesmo imaginar formas cientificamente respeitáveis de se sair dele, explorando ideias como a possível existência de outras dimensões físicas. Nolan apostou nessa saída para dar um final mais contundente ao seu épico espacial. Kip Thorne, produtor-executivo do filme, não reclamou.



Então fica a dica do Sopro Solar, se você ainda não viu esse magnifico filme. Veja! E se já viu, veja novamente, agora sabendo um pouco mais sobre a trama e suas referências sobre a leis da ciência. Buracos de Minhoca, Buracos Negros, Expo Planetas e etc.



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Um abraço e até o próximo Post

SOPRO SOLAR                                               

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